Um amigo enviou-me no último domingo o vídeo de campanha do candidado Tiririca, já visto pela maioria dos brasileiros. Enquanto alguns o consideram uma afronta ao processo eleitoral, outros se divertem a até concordam que a nossa democracia faz jus a comportamentos dessa natureza. Ele pediu que eu escrevesse algo sobre o atual momento da política brasileira. Não é fácil esta empreitada, amigo Eduardo! Na verdade, chega ser um martírio falar deste tema!
Vou confessar sem medo de ser execrada: Estou fora do processo eleitoral de 2010! Sei que amigos queridos irão criticar esta atitude e até eu, admito, fico com aquela sensação de covardia... Por outro lado, não tente convencer-me do contrário! Os argumentos que você iria apresentar, com certeza eu já ouvi repetidas vezes e em vários pleitos. Quando me dá aquele frio na espinha, do tipo "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", eu "salto de banda" buscando um galho bem alto para subir, esperando que a fera passe e eu sobreviva. Com licença, quero me abster! Se escolho votar num "mascarado assumido" como o palhaço Tiririca, sei a m... que estarei fazendo. Se contribuo para eleger um "cara limpa", com certeza o tempo revelará sua verdadeira máscara, e então, cara de palhaço terá esta que vos escreve.
Creia, minha atitude não é inconsciente. O que falta é consistência dos candidatos que convençam-me da sua seriedade para minimizar o problema social deste país, problema esse que é a raiz de tantos outros, objetos das promessas de campanhas eleitoreiras. E se nenhum deles passa credibilidade, furto-me ao dever cívico; renuncio ao direito de cidadã. Irei à urna e pressionarei a tecla "branco", garantindo assim que nenhuma parcela do meu parco salário seja recolhida aos cofres da União, à título de penalidade.
Desculpe, amigo, se não consegui usar de recursos poéticos e belas figuras de linguagem para enfeitar este texto. Em se tratando do assunto em questão, a inspiração vem, melancolicamente, apenas quando me recordo que , ainda criança, no início dos anos 70, eu desfilava em cima das carrocerias de caminhões, acompanhada de pai, mãe e irmãos, com planfletos cobrindo toda a roupa, coladas por "grude" caseiro, lutando por um ideal que eu pensava valer a pena . E essa luta durou até a conquista das Diretas, nos anos 80, para eu ter, hoje, o privilégio de assistir pelos telejornais as "lições de democracia", representadas por imagens que, embora sem cheiro, quando entram no ar o que se sente é um odor fétido tomando conta do ambiente.
"Cara de palhaço
Pinta de palhaço
Roupa de palhaço
Foi esse o meu amargo fim..." ( Palhaçada de Aroldo Barbosa/Luiz Reis)
Parece que a coisa anda assim : " Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come."
ResponderExcluirEu vou votar. Claro que não será no Tiririca.
Ele é o voto do escárnio, que infelizmente, prejudica o processo democrático.
Temos ainda outros candidatos, que devem ser eleitos : O Romário, A Mulher Pera, O Netinho de Paula, que inclusive, já tem mais votos do que a Marta Suplicy em São Paulo...
Assim caminha o Brasil...
Beijos