quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SÚPLICA


JESUS,
faça com que eu não desista
de plantar o amor,
mesmo que o coração do outro 
apresente condições áridas!
Ainda que o terreno a ser cultivado,
em virtude de exaustão
se declare improdutivo!
Compreenda  minha ansiedade
em ver o primeiro broto!
Enxuga-me os olhos
na falta de matizes das flores! 
Afaga-me na dor
 quando não houver frutos!
Abranda meu pranto,
pela semente que morrer!
Conceda-me ânimo novo,
para um replantio sereno!
Permita que
das sementes na terra lançadas
ao menos uma resista,
para que prossiga germinando em mim,
a esperança de tocar
almas,
e  corações enrijecidos!
Acalentando a íntima certeza
que o infinito amor de Deus
é capaz de curar,
restaurar
t transformar vidas ...
AMÉM!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

LANCE


Foi bom o instante que durou, 
o amor sem amor.
Meu corpo te pertenceu,
mas  a alma vagava no infinito..
Clara,  pela intrínseca  pureza; 
livre,  por distinguir o prazer do sofrer.
Quanto durou?
Uma fração de segundos,
sinto eu,
mesmo que horas tenham se passado...
Não me recordo o perfume,
 nem da música,
nem da luz. Nada há que se guardar.
As sensações da noite se foram, 
quando seu automóvel deslizou os pneus pela madrugada úmida. 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ESPREITA


Da estação aflição, fez-se a terra seca que,
 embriagada pelas gotas da chuva,  
ainda parca, 
da aridez pressente o fim. 
Nela, as sementes anseiam  brotar.
Assim é meu coração espreitando a vida,  
de forma impetuosa por estar juvenil;  
esbanjando sagacidade por ter se permitido errar.
Trovões, raios, rajadas de vento? 
Medo não inspiram. 
Já transbordou em tantos temporais! 
Da sua fortaleza brotou a pedra dura,  
a planície segura,  
a mulher madura,  
que vislumbra a estação serenidade, 
morosa, porém,  certeira,
  no horizonte a despontar.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ESTAVA ESCRITO!


Quando meu filho completou 4 anos de idade, tentei colocá-lo  na escola pela primeira vez. Tentativa frustrada, porque ele acenava para mim com 5 dedinhos, convicto que só iniciaria sua vida escolar com a idade que ele mesmo determinara. E assim aconteceu. Terminou a 1ª fase do ensino fundamental,    sempre   como primeiro da sala,  repetindo  o resultado dos anos anteriores. Outra vez mostrou convicção   na escolha do colégio onde iniciaria a 2ª fase do ensino fundamental e concluiria o  ensino médio. Mas, diferentemente do que ocorrera na pré-escola, o ingresso  não aconteceu de forma tranquila. Ele optou pelo  Colégio da Polícia Militar de Goiás e,  obrigatoriamente,  teria que passar pelo processo seletivo, quase tão disputado quanto um vestibular de entidade pública. Conclusão: Foi reprovado.

Não nego que eu e o pai ficamos chocados. Tínhamos certeza da capacidade do nosso filho em conquistar aquela vaga e no entanto, ele estava fora! Inconformados, descobrimos que havia chance de conseguirmos um lugar para nosso filho usando de "politicagem" ou do conhecido "jeitinho brasileiro", uma saída, para nós, fora dos parâmetros legais que sempre respeitávamos,  porém,   ver nosso filho sem o ensino público de qualidade  a que  tinha direito, muito nos entristecia.  Movido pelo sentimento de justiça, o pai recorreu  à pessoa "certa", e de forma "errada", nosso filho estava dentro.

Mesmo tendo seu ingresso garantido, no dia da matrícula eu me lembro bem: Ao sairmos da escola meu filho se mostrou aborrecido, pois queria ter conquistado sua vaga  através de mérito próprio, sentindo a alegria em ver seu nome na relação dos aprovados. As palavras que eu disse na ocasião, para servir-lhe de consolo, ficaram gravadas no meu inconsciente e acho que,  no dele também:
- Filho, você estará entrando nesta escola pela porta dos fundos, mas eu tenho certeza que sairá dela pela porta da frente!  

Ele me provou, a  partir dos primeiros anos, sua competência, sendo, quase sempre,  o 2º lugar da sala (o 1° era  do cdf Matheus Matias). Concluiu com louvor o ensino médio em 2010 e mais uma vez, convicto da escolha,  se inscreveu  para seu primeiro vestibular na UFG,  pleiteando uma vaga no 3º curso mais concorrido daquela Universidade:  Direito.

No último dia 04,  acompanhei meu filho ao Colégio da Polícia Militar de Goiás, Unidade Hugo de Carvalho Ramos, para que se cumprisse o que eu havia previsto há 7 anos : As portas da escola se abriram,  não para que ele saísse, mas para recebê-lo, com todas as honras,  em virtude do seu nome, LUIZ AUGUSTO MACHADO DE OLIVEIRA estar contido na lista dos aprovados para o curso de Direito  da Universidade Federal de Goiás.

"DEUS ESCREVE CERTO POR LINHAS TORTAS."

Nota: Por causa das denúncias  de favorecimento na aquisição de vagas e alegando também que a criança em tenra idade não deve passar  pelo stress de processos seletivos, o Ministério Público do Estado de Goiás atuou junto às unidades das Colégios Militares em Goiás, e  hoje,  as vagas são distribuídas de forma transparente através de sorteio público.