domingo, 22 de agosto de 2010

VERBALIZANDO


Invento rimas, imagino cenas
Escrevo poemas
Beijo retratos, acaricio imagens
Monto paisagens
Invoco deuses, clamo aos anjos
Proponho arranjos
Represento dramas, exacerbo emoções
Plagio canções
Verto lágrimas, lamento dores
Finjo amores
Oferto rosas, proporciono espinhos
Derramo carinhos
Reparto alegria, transbordo calma
Dedico alma
Ofereço colo, faço carícia
Desperto malícia
Vivo ilusões, jogo bem-me-quer
Sou mulher.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ILUSÃO


Encaro a porta dos fundos
Sinto o ar que vem da varanda
Deparo-me com a rede a balançar...
Não, saudade, não me roube o ar que respiro!
Dê-me o direito de ainda sonhar!
Cala o gemido deste coração insano
Traga-me a visão da porta da frente
E a alegria do amor
Por ela a entrar.

"quién me va a entregar sus emociones?
¿quién me va a pedir que nunca le abandone?
¿quién me tapará esta noche si hace frío?
¿quién me va a curar el corazón partío?" (Alejandro Sanz)

sábado, 14 de agosto de 2010

ABRINDO PORTAS

Senhor...
Faça com que eu aprenda o que é amar!
E que amando, eu me torne mais gente
E sendo gente, eu aprenda a ser mais humana
E sendo humana, eu me  permita errar
E praticando erros, eu aprenda a perdoar
E perdoando, eu esteja  mais próxima de Ti.

"Qual é a chave
Qual é o segredo
Que abre as portas do teu coração?"
(Adriana em  A Chave do Coração)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

AQUI E AGORA

Quem é espiritualista, certamente já leu ou  ouviu falar do livro "Violetas na Janela"¹, que narra o outro lado da vida da jovem Patrícia. Num trecho do livro, relatando seu despertar, a protagonista e também autora observa que uma mecha dos seus cabelos, que na vida terrestre sempre comportou-se de forma rebelde, naquele ocasião estava exatamente como  sempre sonhou. E vários outros desejos,  ela notou que se materializavam conforme seu pensamento pedia.

Como a protagonista da história, percebo que muitas pessoas do meu convívio também se incomodam com algo que não está bem em sua aparência física, nos relacionamentos, no trabalho, no emocional... Alguns até esperam que na hora "h" tudo passará, tudo será perdoado e tudo ficará exatamente da forma desejada. Ou então,  se não for merecedor, queimará para sempre no "fogo do inferno"! Ledo engano! Há poucos dias, lendo outro livro da mesma linha, cujo título é "Escutando Sentimentos"²,  a autora espiritual fez uma colocação diferente do primeiro caso citado:  Em narrativa de um caso pós-morte, o falecido deseja "morrer" quando percebe que a tristeza e melancolia que o acompararam durante a vida, também faziam-se presente após o desenlace  e persistiriam,  até que  trabalhasse com intuito de promover sua própria felicidade, tendo em vista que,  em favor do semelhante,  ele trabalhara  toda sua existência.  Eu cheguei à seguinte conclusão:  Quer céu ou inferno? Construa o que desejar e leve consigo onde for.

Crenças, filosofias e doutrinas à parte, tal qual a protagonista Patrícia, eu vivia atormentada por mechas de cabelo que consumiam  horas preciosas da minha vida, tendo como par constante um secador que as acalmavam temporariamente. A cerca de dois meses, decidi não mais protelar:  Por uma quantia insignificante,  fiz um tratamento capilar,  conquistei os fios desejados e hoje saio do chuveiro direto para os "holofotes", feliz, com a certeza de estar economizando energia, tempo e paciência, exibindo as madeixas louras e sedosas que sempre desejei, buscando companhias que proporcionem mais contentamento e menos estresse que o tal secador.

O exemplo do cabelo, fútil,  admito,  eu o utilizei apenas para ilustrar meu posicionamento, hoje,  na busca pela  realização dos meus desejos. A conquista da beleza interior, sem dúvida,  é a  mais importante! E posso afirmar com certeza:  A   felicidade é deste mundo! Não é para amanhã nem depois... é agora! E nem sempre vou  precisar de recursos monetários para conquistá-la. Sair do comodismo e conformismo é ato valiosíssimo para quem deseja dar o primeiro passo.  Ser feliz é a colheita resultante das sementes plantandas através de ações e pensamentos construtivos,  e do estabelecimento de metas positivas que irão determinar a realização dos  nossos sonhos.

"Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão
Dormir cedo, acordar tarde
Arroz com feijão, matar a saudade
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis
Ou são os sonhos que te fazem feliz?" (Arnaldo Antunes)

1. Autora: Patrícia, psicografado por Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho
2. Autora: Ermance Dufaux, psicografado por Wanderley S. de Oliveira.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

DOCE PROCURA

Os astros anunciam, desde o mês de julho, o final do período de 3 anos  de encontros malsucedidos no amor para os nativos de touro, que se encerra com a chegada de agosto. Apesar da aridez o do tempo seco, respirei alividada. Ufa... Até que enfim terei um refresco! Além disso, eles preveem também novos amores, novas conquistas... resumindo: "Saia da frente que eu tô com tudo e estou prosa!"

Porém,  há uma recomendação crucial nessas previsões: É preciso esvaziar as gavetas, espanar a poeira, desfazer do que não serve mais. Nada de supérfluos abarrotando os amários! Nada de chorar pitangas pelo vestido tão cobiçado, que não veio moldar meu corpinho esculpido em  academia, só porque outra consumidora foi mais esperta! Nada de lamentar a perda daquilo que considerei ideal para mim, sem ter conseguido provar da sua essência, sem ter conseguido enxergar a beleza da sua alma!

Vasculhei a internet à procura de algo mais inteligente e consistente, talvez poético (na sua concepção, quem sabe) que as palavras acima e encontrei  num Blog da autora chamada Juli Lima, um poema que diz assim:  "Amar nem sempre rima com conviver. A abelha, o beija-flor, a borboleta amam as flores, não vivem sem elas... porém, não morrem por elas!" Amei! Reforçou a minha compreensão  que o jardim da vida está repleto de flores das mais variadas cores e matizes! Cada qual tem seu encanto e esperam por beija-flores, que, como eu, jamais desistem da busca pelo alimento, mesmo quando a flor preferida não oferece mais seu néctar.

"Não se admire se um dia
Um beija-flôr invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir...
Fui eu que mandei o beijo
Que é prá matar meu desejo
Faz tempo que não lhe vejo
Ah! que saudade d'ocê..." ( Ai que Saudade D'ocê, de Vital Farias)