domingo, 26 de abril de 2015

LIGEIRO ADEUS


A borboleta levantou voo...
Mesmo aconchegada,
mesmo acarinhada,
ela precisou voar.
Voltou ao seu habitat,
pela sobrevivência,
e pelo infinito espaço 
onde pairar... 
Em meu coração,
alimento um terno desejo
que, 
 por força da saudade,  
a borboleta,
 muito em breve,
 no meu abraço 
torne a pousar.

domingo, 19 de abril de 2015

REAPRENDER A SONHAR


Sensação de perda daquilo que não se teve...
Existe sentido nessa crença que vacila?
Pensava ela ter  asas  resistentes  para flutuar segura pelo universo dos afetos. Inesperadamente, um lance novo provocou retrocesso. Voltou à estaca zero! Mas também não é um zero zerado, "zeríssimo", se é que o superlativo existe. É um zero "casca grossa", comum à quem, por inúmeras vezes, foi desprovido das asas e como qualquer mortal, calejou  os pés nos caminhos das estacas  um, dois, três...
Agora, para alçar novos voos, ela só precisa admitir a existência do talvez, vislumbrar com mais esperança o sim, compreender a necessidade do não... 
E, quem sabe, aprender a voar com os pés no chão.

REFÚGIO



Ilusão é minha realidade paralela.
Nela me escondo
sempre que as asperezas da vida
ferem a sensibilidade da minha alma.
Nesse mundo imaginário,
vivo tantas estórias principescas!
Difícil, às vezes,
é dele sair quando a realidade revela-me
a inexistência de um sapo
que eu possa transformar em príncipe.

SEM CURSO



Acaricias meu corpo
enquanto minha alma reclama afago.
Violentas um coração que se frusta
ao perceber que o prazer
sobrepõe-se ao sentimento.
No contrassenso das emoções,
navego um mar de dúvidas,
sem divisar horizontes.
Em mim, eu sei,
encontra-se o porto seguro.
Entretanto,
tua simples figura
turva-me a visão,
tolhe-me os sentidos...
Estou à deriva num oceano de receios,
sem saber onde ancorar meu barco.