sexta-feira, 22 de abril de 2011

FASE

Em noites claras, sou teu delírio...
 É quando a lua não cabe em si
e a saudade,  em mim,  transborda.
Enquanto anjos te guardam o sono,
em teu abraço encontro abrigo.
E quando, em sonhos,  excito-te  o corpo
a minha alma se aquece na tua.
Em noites claras, sou tua fêmea...
É quando,  em brilho,  a lua transborda
e a paixão não cabe em mim.

sábado, 16 de abril de 2011

ALÇANDO VOO


Vai longe o tempo em que eu percorreria o firmamento por ti. Bendito seja esse bálsamo que  renova e, simultaneamente, apaga  borrões conquistados por uma alma ingênua, agora  consciente dos equívocos cometidos, ao valorizar sensações disfarçadas de sentimentos.  Sinto que dediquei afeto a um corpo desprovido da  essência primordial.

À primeira vista, pode parecer ato volúvel permitir que voes nas asas desse  pássaro veloz, cujo pouso definitivo será no passado. Entretanto, dirigindo  um olhar minucioso à paixão,  no aceno derradeiro, percebo  esta alma  percorrendo  com impressionante rapidez  os céus do esquecimento, motivada pelo simples fato  que os dois corações jamais bateram no mesmo  compasso. Por isso, sempre estiveste a milhas de mim.   Jamais exploraste qualquer ninho que meu coração, amorosamente, construiu para ti.

Hoje, de forma sonora,  conjugo no passado o verbo amar, sem,  contudo, cair nas armadilhas preparadas pela solidão. Com olhos curiosos e atentos,  voo pelos  caminhos da esperança que indicam  sempre para o futuro, cuja aurora  já se prenuncia radiante.

domingo, 10 de abril de 2011

BEIJA-FLOR


Na ilusão de ser muito,
descobri a beleza do essencial.
Na ilusão de ser grande,
percebi o valor de apenas ser...
E quem sou eu nesse universo infinito,
de cores exuberantes e aromas excitantes?
Não sou mais que um colibri,
 procurando uma flor
que me acolha por aí.

PURO FETICHE

De tão alvos,
 ao leite se assemelham...
Sem pressa, caminham atrás dos sonhos
e,  passo a passo
buscam a tão sonhada felicidade.
Convencidos são da existência de pedras,
Porém, não  temem  tropeços;
têm minha alma como lume
clareando as veredas.
Entretanto, por vezes,
a fadiga supera a vontade.
Então, exaustos,
solicitam repouso.
É quando se desnudam,
deliciando-se com o frescor do solo, 
encantando quem deles toma vista...  
Atiçando o lirismo,
incitando o feitiço.