sexta-feira, 23 de julho de 2010

CRESCENDO COM AS PERDAS


"Não queremos perder,  nem deveríamos perder: saúde, pessoas, posição, dignidade ou confiança. Mas perder e ganhar faz parte do nosso processo de humanização." (Lya Luft)

No último dia 21 enfrentei um desafio por amor a meu filho: Ir a um jogo no Estádio Serradourada e para complicar a questão, assistí-lo "plantada" no meio da "Fiel Corinthiana", com uniforme e tudo a que tinha direito. Alguns perguntarão:  por que desafio? Falarei  a seguir sobre alguns aspectos que certamente responderão esta pergunta.

Em primeiro lugar, devia  contar mais ou menos 10 anos que não punha meus pés num estádio de futebol. Depois, vem outro detalhe crucial:  não torço para o Corinthias!  E mais:  ficar infiltrada no meio da torcida organizada significou os dois tempos da partida em pé, pulando e berrando os gritos de guerra! Haja disposição e coragem! Principalmente quando a gente retém na memória cenas de violência que ocorrem nesses eventos... e já não se é adolescente...Paremos por aqui!

Porém, foi um desafio onde descobri ser essencial assimilarmos a seguinte lição: Precisamos muito aprender a perder. O time em questão, com um retrospecto de vitórias, era o líder do campeonato e disputou o jogo com o "lanterninha", Atlético Clube Goianiense. E perdeu! 3x1 foi o placar, para tristeza do meu filhote, que saiu de cabeça baixa do estádio e eu, de coração partido. O que uma mãe poderia dizer numa hora daquelas, que serviria de consolo a quem só acreditava na vitória?

Nesses momentos, a gente descobre que mãe é mãe em qualquer situação mesmo!  A gente se alegra junto, a gente torce junto,  a gente sofre junto.... e se cala também!  Hoje, quando a decepção da perda já está digerida, creio que o desejo de lutar já se reacendeu no coração do meu filho. Ele aprenderá, em cada episódio dessa natureza, que a vida é feita de perdas e ganhos. Vencer sempre torna a criatura orgulhosa, acomodada, porquanto não experimenta o gosto salgado das lágrimas que rolam pela face, mas que, depois de secas, permitem uma visão mais clara, e nos faz compreender que perder é parte primordial no jogo da vida. Com as perdas,  aprendemos a  desenvolver força emocional  para enfrentarmos outros desafios que virão.  Tenho a convicção que nos ouvidos do meu filho, ao invés dos rumores de comemoração da torcida adversária -convenhamos, era ínfima!-,  agora soam nítidos os gritos da "Gaviões da Fiel":

"Aqui tem um bando de loucos…
Loucos por ti Corinthians!
Aqueles que acham que é pouco,
Eu vivo por ti Corinthians!

Eu canto até ficar rouco,
Eu canto pra te empurrar!
Vamos meu Timão, vamos meu Timão,
Não para de lutar!"

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