domingo, 30 de maio de 2010

DETERMINAÇÃO, AMOR E FÉ


"Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá." (Ayrton Senna)

Pouco tempo antes da morte de Ayrton Senna, sonhei que disputava uma corrida no Autódromo de Interlagos, somente nós dois, em carros oficiais da Fórmula 1. No sonho, eu tinha a noção de que ele era muito superior a mim como piloto (aliás, naquela época, eu não posuía CNH), porém venci a corrida. E percebi que a vitória ocorreu porque meu concorrente permitiu, num ato de cavalheirismo. Ele já era o the best, conforme definiu a roqueira americana Tina Turner, num show em que ele estivera presente na época. No meu delírio noturno, ele quis, com aquela ação, permitir que eu me sentisse uma vencedora, embora soubesse da minha inferioridade em pilotar. Eu já era fã incondicional de Ayrton Senna. A partir daquele sonho, comecei a admirá-lo ainda mais e não foi surpresa, após sua morte, a revelação das ações sociais que empreendia de forma oculta, tendo como fiel escudeira, a irmã Viviane Senna, que preside hoje a instituto que leva seu nome. A Alma de Ayrton Senna era nobre. Seu espírito, com certeza, é iluminado.

Ao recordar esse episódio, pensei em como nossa vida se assemelha, de certa forma, a uma corrida de Fórmula 1. Vivemos e trabalhamos em equipe. Em nosso familiar, num grupo empresarial,  cada um defende sua escuderia. Quando chega o momento da disputa, nos alinhamos no grid de largada e partimos disparados em retas e curvas. Porém, com um detalhe interessante: Se ocorre um acidente de proporções graves, onde haja necessidade da corrida ser interrompida, não temos o privilégio de contar com o safety car para proteger e nos realinhar na largada, para reinício da corrida nas posições em que nos encontrávamos. Nesse momento, a luta costuma ser individual: cada um verifica os estragos na carenagem, motor, e se der para continuar, vai em frente. Quem está avariado, é rebocado e volta para o box. Terá que aguardar uma nova chance, noutro circuito.

Causa-nos certa melancolia, quando percebemos que alguns adversários, quando seus carros estão em condições de continuar, seguem com intuito de vencer a disputa sem se importarem com as consequências dos incidentes ocorridos. Todavia, é necessário analisar racionalmente a situação de cada piloto, as exigências da equipe, e o que está em jogo na corrida. Vivemos num mundo de competitividade absoluta, onde vence quem consegue sobressair-se na adversidade. Ayrton Senna era assim; determinação era sua palavra-chave. Era quem melhor pilotava na chuva, era quem "levava o carro no braço", quando as condições mecânicas encontravam-se totalmente inadequadas. 

Quem é obrigado a interromper temporariamente sua corrida , sabe a dor que causa ver os adversários, e por que não dizer, companheiros, partindo, quando gostaria de também participar da disputa por um lugar no pódium. Sabe que em qualquer competição, leva o troféu aqueles que chegam às primeiras posições. Entretanto, sabe que com determinação, coragem e fé, irá saborear a extrema alegria, em ver tremular a bandeira quadriculada numa linha de chegada qualquer, nos intermináveis Grandes Prêmios que a vida proporciona.

"Podem ser encontrados aspectos positivos até nas situações negativas e é possível utilizar tudo isso como experiência para o futuro, seja como piloto, seja como homem." (Ayrton Senna)

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