terça-feira, 18 de maio de 2010

LIVRE PARA VOAR!


"Em 2009, o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai aprovou uma lei que obriga as mulheres xiitas a fazer sexo com seu marido todas as vezes que ele exigir. 57% dessas mulheres se casaram antes da idade mínima exigida por lei, de 16 anos. Entre 2008 e 2009, 80 afegãs tentaram suicídio ateando fogo a si mesmas." (Revista Veja, de 16/05/2010)

Quando lí a matéria da revista, cujo título é "AFEGANISTÃO - UM INFERNO PARA AS MULHERES", brotou da minha cabeça o seguinte questionamento: Será que existe gente assim vivendo no mesmo planeta que habito? Como é possível haver tanta atrocidade nas ações de seres humanos, cujo Pai, "supostamente" é o mesmo?

Os relatos daquelas que tentam suicídio, que muitas vezes foram dadas em casamento - ou melhor, vendidas pela família em troca de alguns trocados aos 10 anos de idade - são de fazer qualquer ser humano sentir-se triste por compartilhar da mesma raça. E existe ainda cerceamento de liberdade nos atos mais simples, como frequentar parques, escolas, fazer compras no mercado, etc. A revista informa que o país ocupa o 181º lugar, entre 182 paídes do ranking do índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU e afirma: VIVER NO AFEGANISTÃO É RUIM, MAS PARA AS MULHERES É AINDA PIOR! Para se ter uma idéia, o Brasil ocupa o 75º lugar nessa lista e ainda utiliza largamente a Lei Maria da Penha para combater a violência praticada contras as mulheres. O que esperar então de um país onde todo tipo carência é gritante?

Eu me envergonho publicamente, aqui e agora, se em algum momento da vida tive a insensatez (e vou me envergonhar toda vez que tiver) de me sentir infeliz e injustiçada por qualquer motivo. Olho pela janela da minha sala de trabalho e vejo que meu universo é infinito, minhas possibilidades são ilimitadas e a vida é maravilhosa! Dentro de mim existe a certeza que tenho , além da Constituição de meu país amparar, ampla liberdade de ir e vir, liberdade de professar minhas idéias, liberdade para construir meu espaço e, principalmente, decidir que parceiro escolher para caminharmos juntos. Não são motivos mais que suficientes para me sentir uma privilegiada?

Por isso, sempre que os pássaros da tristeza tentaram fazer ninhos sobre meus cabelos, vou parafrasear Chico Buarque dizendo a mim mesma: "MIRE-SE NO EXEMPLO DAQUELAS MULHERES DO AFEGANISTÃO, QUE CERCEADAS DO DIREITO TOTAL À LIBERDADE, RESTA-LHES, SOMENTE, EM MUITOS CASOS, DESISTIREM DE VIVER!"

"Eu não sei se sou forte ou frágil
Não sei se vivo ou sobrevivo
Não sei se sou alegre ou triste
Mas sou livre
E o ato da liberdade
É para ser comemorado em altos voos com alegria." (de minha autoria)

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