sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A ARTE DE CULTIVAR

Estou cultivando um pequeno jardim na calçada de minha casa. Plantei duas mudas de Quaresmeiras e outras que também produzem flores, cuja origem é africana, por isso não me atrevo a escrever aqui, o nome dito pela funcionária da floricultura onde as adquiri.

No dia do plantio, fui advertida por vizinhos de que não vingariam, dada a certeza que seriam roubadas pelos passantes, tendo em vista a beleza das flores. Na primeira noite de vida do meu pequeno jardim, confesso ter ficado preocupada, tanto que minha primeira atitude ao despertar foi correr à varanda logo pela manhã e certificar-me de que as mudas ainda estariam lá. E estavam, para minha alegria.

Conheço o colorido das flores somente das "africaninhas" (vou chamá-las assim). As Quaresmeiras são ainda muito jovens, então espero a primeira floração com um misto de curiosidade e ansiedade.

Alguns perguntaram-me porque arriscar no cultivo de um jardim na área externa da residência, quando disponho de grande espaço interno. Analisei a questão e cheguei às seguintes conclusões:
1) Acredito, ainda, no respeito que o ser humano possa ter pela propriedade de outrem;
2) Como não posso oferecer flores às pessoas que amo diariamente, ofereço a quem estiver mais próximo de mim, ou seja, aos passantes, sem ter a necessidade de colhê-las;
3) Gosto de dividir com o próximo aquilo que aprecio e acho belo.

Fazendo uma analogia em relação à minha personalidade, constato que ajo da mesma forma com as pessoas do meu convívio no cultivo dos meus afetos: Estou sempre acreditando, doando, dividindo. E sem medo de ser roubada. Quando alguma parte do meu jardim interior é arrancada (muitas vezes com raiz e tudo) , confesso que reclamo, lamento, choro. Nesses momentos, sinto a presença de um misterioso jardineiro que me levanta, ampara, e se necessário, prepara a terra e nela lança novas mudas ou sementes. A cada espécie que ele cultiva, percebo seu carinho, me alegro com as regas, sei que é necessário proceder as podas. E assim, meu jardim está sempre bem cuidado e florido, à espera que muitas borboletas venham visitá-lo.

"Aprendi com as primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira". (Cecília Meirelles)

"Disse a flor para o pequeno príncipe: É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas" (Antoine de Saint-Exupéry)

4 comentários:

  1. Ah, meu querido amigo! Só Aquele lá do Alto pode cumprir tal promessa.
    Bjooooo.

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  2. Essa de suportar duas ou três larvas eu não quero não. kkkkkkkkkkkkkk
    Como sou sua revisora ortográfica, vão aí alguns enganos que acho que existem (se não, perdoe-me):
    - 2ª linha: falta assento na palavra "nao".
    - misto é com s (não?).
    - acho que na expressão "os passantes" poderia colocar "aos passantes".
    Bjos - Luzia (não consegui postar com meu nome.. kkkk)

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  3. Ainda bem que "de quando em vez" você acessa o Blog e descobre alguns errinhos para mim. Pode ter certeza mana, que se um dia editar nem que seja um panfleto, farás a correção. Hehehehe...
    Quanto à larva, só mesmo no clichê!
    Bjos

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