terça-feira, 22 de março de 2011

CRÔNICO


Teu vulto surge no clarão
que a memória acende.
Nesse momento
sou apenas desejo.
Estendo-te as mãos,
ofereço-te meus lábios.
Com as pernas te abarco,
nas pontas dos dedos sinto
tua rija musculatura se contraindo.
Faço do meu corpo teu abrigo...
Contemplo-te qual mãe
no primeiro aconchego ao filho
depois do parto...
E ao interrogar de que forma entraste,
teu olhar carinhoso me faz lembrar:
Há muito vives em mim.

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