Na cama, lençois cor-de-rosa; na alma branca grande inquietação. O sexto sentido adverte: Não virá. No entanto, o coração teimoso insiste em alimentar esperanças, vivendo a expectativa da espera angustiante. As horas passam e da rede na varanda ela observa o vizinho que fuma na sacada. Ironicamente é o mesmo que em certo domingo espreitava cenas explícitas de carinho e amor. Parece indagar: Onde está teu homem? Onde estão os protagonistas das cenas que causaram-me inveja e arrepios?
Ah, se o pensamento tivesse força de materialização! Na sua insanidade emocional, imagina-o alí respirando o mesmo ar, os corações batendo no mesmo ritmo... O que leva essa moça a querer algo que não deseja ser seu? O que leva essa moça a gostar mais do outro do que de si mesma? Que força é essa que em certos momentos colore seu infinito cinza e em sua falta até a lua se apaga?
A moça se cala, se enrola na rede em posição fetal em busca das lembraças e do calor do ventre materno. Chora e pede aconchego. Intimamente possui todas as respostas; só não se atreve a verbalizá-las, ou prefere ludibriar a si mesma. Para a terra que tem sede, uma gota faz brotar o verde que da continuidade à vida. Para quem caminha só e ainda sonha, um aceno pode mudar toda uma trajetória. E para quem acredita que viver ainda é o grande desafio, enfrentar um novo amanhecer pode ser uma grande vitória.
"O sol já nasceu na estrada nova
E mesmo que eu impeça, ele vai brilhar
Lembra se puder
Se não der esqueça
De algum jeito vai passar." (Oswaldo Montenegro em Estrada Nova)
A COR DANDO + 1 VEZ
ResponderExcluirhá um jeito de ser e de dizer
que diz que aquilo que alguns dizem
ganha eco repercutindo ainda na memória
um fio de história como um sonho
ainda lembrado depois
de ter acordado
Parabéns, beijos