domingo, 17 de maio de 2009

PERSISTÊNCIA

Insisto em amar. Por mais que me decepcionem, por mais que meus sonhos sejam frustrados, não desisto: Amo mesmo! E não falo só do amor carnal; muitas vezes o amor fraternal também da rasteiras. Daquelas de cair com a cara no chão! Normalmente é essa a sensação que tenho ao me defrontar com amores e amizades infrutíferas. E ela se manifesta em virtude das expectativas criadas em torno dos meus relacionamentos, dos meus afetos. Estou sempre esperando um retorno que nem sempre vem.

Por outro lado, ninguém é obrigado a devolver-me aquilo que devo doar sem interesse, embora afirmem que "amor é troca". Desde que seja natural, concordo plenamente. Desde que não haja cobrança, assino embaixo. Então porque professo essas idéias altruístas em relação a afetividade e tropeço no momento de racionalizá-las? Muito bem: Chegamos ao "x" da questão. Racionalidade! Como usar a razão se sou toda emoção? Como usar o cérebro, se em mim, no lugar restrito a esse, vive um coração?

Diante de tantos questionamentos (para os quais ainda não tenho respostas), resta-me seguir amando. Tropeço aqui, levanto logo à frente, aprendo algumas lições que agrego a esta personalidade de eterna aprendiz do comportamento humano e do conhecimento de si mesma. Tenho a impressão que viver é isso aí: Sentar no banco da escola, aproveitar o máximo do conteúdo ministrado e tentar passar de ano. Mas para que o aprendizado seja proveitoso é necessário que haja um intervalo para o recreio. É preciso refrigerar a alma para que a caminhada se torne mais agradável. E cabe a cada um precisar quando e onde fazer seu "coffee break", procurando ser feliz "apesar de de".

" uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente." (Clarice Lispector)


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