domingo, 24 de junho de 2012

ETÍLICA


Numa tarde de mimos e poesia,
entre goles de cerveja,
vi transbordar a paixão...
Beijou-me a boca,
e em contraste com o amargo
na língua,
pronunciou palavras doces...
Fez-se desejo;
me fez desejada.
Com o hálito entorpecido,
quebrou o gelo;
ateou fogo
 num corpo molhado.
Promessas implícitas, explícitas...
E só.
Na morosidade dos dias,
a paixão vai se dissipando,
qual espuma da cerveja
deixada no copo.

2 comentários:

  1. O alcool é inebriante, a visão distorcida leva a fantasia... Embriagar-se com poesia e paixão também vale.

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  2. Era o Caetano a dizer: "Marcha o homem sobre o chão, leva no coração uma ferida acesa; Dono do sim e do não diante da visão da infinita beleza, finda por ferir com a mão essa delicadeza, a coisa mais bonita: A glória da vida...". Cicatrizes em busca desta "glória" são sempre benvindas pois trazem em si o caminhar silencioso de quem se entregou nessa busca (ou nesse desvario)... Lindo poema.

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