domingo, 18 de setembro de 2011

UM JEITO BOM DE SER


Nesses 50 anos de vida, procurei colocar em prática diariamente o  Mandamento da Lei Divina: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". A primeira parte do ensinamento não deixava dúvidas quanto à interpretação, porém, em relação à segunda, sempre cometi um equívoco: Não compreendia a necessidade de amar a mim mesma, para depois amar o outro.  Em face disso, minha postura sempre foi demasiadamente  passiva diante das pessoas que compartilhavam da minha intimidade.

Desenvolvi, a partir de relacionamentos desastrosos, uma carência afetiva muito danosa  ao meu equilíbrio emocional. Sentia necessidade de agradar aos outros e não tinha convicção dos meus desejos, massacrando  sentimentos, perdoando sempre o outro, buscando encontrar,  apenas em mim, motivos que levavam a tantas frustrações.   Por causa desse comportamento,  inúmeras vezes,  magoaram-me severamente. Nos relacionamentos amorosos,  então, qualquer pangaré apresentava-se como um puro sangue,  e, fatalmente,  eu perdia várias apostas...Sabe aquele jogo do bem-me-quer? Comigo, quase sempre,  predominava o mal-me-quer no despetalar da flor!

Interessante... Notou o tempo verbal que prevaleceu no parágrafo anterior? Sim,  eu mudei! DEIXEI DE SER BOAZINHA!  O amor, a amizade, a fraternidade  devem ser vividos sem distinção, porém, doar-se, amar e só receber em troca ingratidão, leva qualquer indivíduo a questionar suas atitudes em relação ao outro, percebendo  e corrigindo as contradições. Estou aprendendo a me defender! Estou aprendendo a dizer não! Espalhei no meu caminho muitas sementes de "amor próprio" e espero ansiosa pela germinação.   Atitudes de quem tudo perdoa, que nada sente, no entanto, morre por dentro, serão renegadas a um pretérito cada vez mais distante.

Hoje, no expediente de trabalho,  uma contribuinte, grata pelo atendimento humanizado recebido, disse ao despedir-se de mim: Você é bonita "de todos os jeitos". A declaração dirimiu qualquer sentimento de culpa que eu ainda pudesse ter em relação à transformação sofrida.  Foi a comprovação que minha índole continua boa e bela! É a impressão que desejo passar a quem de mim se aproximar, pois eu sigo,  radiante como sempre,  e com meu novo jeito de ser.

Um comentário:

  1. Marleuza, gostei do texto. Mas acredito que vc não deve ser tão rigoroza com vc mesma.
    Amar não é algo simples, seja amar outra pessoa ou a vc mesma.
    Sei agora, que perdi uma pessoa que amei e amo muito, que nada importa a não ser a declarção direta de "eu te amo". Fiz isso várias vezes e agora que ele não se encontra ao meu lado, mesmo triste e com muita dor me sinto confortado por ter dito inumeras vezes quanto eu o amava (meu filho).
    Nunca amaremos o ser perfeito e quando isso acontecer, provalvemente o fim estara proximo para um ou outro. Suas experiencias "frustadas", analise com calma. Falando agora como economista, desenhe uma régua cronólgica desde o primeiro momento que o conheceu até o "desligamento final", pontue os momentos felizes. Pontue os momentos distantes, por viagens, trabalho, etc., e pontue também os momentos tristes. Faça isso e me descreva o resultado.

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