sábado, 16 de abril de 2011

ALÇANDO VOO


Vai longe o tempo em que eu percorreria o firmamento por ti. Bendito seja esse bálsamo que  renova e, simultaneamente, apaga  borrões conquistados por uma alma ingênua, agora  consciente dos equívocos cometidos, ao valorizar sensações disfarçadas de sentimentos.  Sinto que dediquei afeto a um corpo desprovido da  essência primordial.

À primeira vista, pode parecer ato volúvel permitir que voes nas asas desse  pássaro veloz, cujo pouso definitivo será no passado. Entretanto, dirigindo  um olhar minucioso à paixão,  no aceno derradeiro, percebo  esta alma  percorrendo  com impressionante rapidez  os céus do esquecimento, motivada pelo simples fato  que os dois corações jamais bateram no mesmo  compasso. Por isso, sempre estiveste a milhas de mim.   Jamais exploraste qualquer ninho que meu coração, amorosamente, construiu para ti.

Hoje, de forma sonora,  conjugo no passado o verbo amar, sem,  contudo, cair nas armadilhas preparadas pela solidão. Com olhos curiosos e atentos,  voo pelos  caminhos da esperança que indicam  sempre para o futuro, cuja aurora  já se prenuncia radiante.

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